Lembo: bandeja da burguesia tem muita cocaína

O governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), disse nesta segunda-feira que quem consume drogas é a classe média e que na bandeja da burguesia tem muita cocaína.

 


“É que o Brasil não queria tomar consciência de toda a realidade social que nós temos. Eu acho que estou permitindo, sem qualquer expressão de vaidade, que a gente pense no País como ele é na realidade para podermos melhorá-lo, para podermos viver em sociedade harmônica”, afirmou.


 


Uma pesquisa realizada pela Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) de São Paulo apontou que quase um terço dos 6 mil menores que estão na instituição no Estado são de classe média ou alta.


 


Ainda segundo o levantamento, a maioria dos jovens já consumiu maconha, álcool ou cocaína. A pesquisa aponta ainda que o número de menores preso por tráfico de armas aumentou de 4%, em 2000, para 15%, este ano.


 


Esta não é a primeira vez que o governador de São Paulo faz declarações incisivas contra a “burguesia”. À época dos primeiros ataques do PCC em São Paulo, o governador chegou a criticar a “elite branca” brasileira por cobrar atitudes mais severas do poder público contra a criminalidade. Ele explicou a expressão e aprofundou sua crítica, qualificando essa elite como “sanguessuga”.


 


“Acho que temos no Brasil um grupo de pessoas que não se deram conta de que vivem em um país de terceiro mundo. Temos uma história muito amarga de cerceamento de pessoas, o Brasil nunca conheceu a liberdade pessoal. Alguns tinham tudo e a grande maioria vivia nas senzalas e colônias. Sou italianinho de São Paulo, daqueles que sofreram na pele. Nós temos que abrir as mentes e integrar a sociedade brasileira”, dissertou.


 


“Desde a chegada do colonizador português, e depois dos corsários franceses e holandeses que se instalaram, só houve depredação no Brasil. Não se construiu, só se degradou. (…) Acho que este momento de levantar todas as mazelas para cima é um momento de esperança, porque depois a gente pode fazer um país igualitário”.


 


Fonte: Redação Terra