Confirmar saída do ministério é 'precoce', diz Bastos

Após declarar que não participaria de um segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse hoje que não descarta sua permanência caso o presidente se reeleja. Bastos repetiu que planejou não pas

“O meu projeto é ficar quatro anos em Brasília e vou completá-lo no fim do ano. Para eu continuar ou sair, é preciso uma eleição, uma posse. E isso está um pouco longe. Eu ainda não sei o que vou fazer”, afirmou o ministro. Sobre se aceitaria um convite do presidente para permanecer, caso ele seja reeleito, respondeu: “Não pensei nisso.”


 



O ministro encontrou-se com o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim na abertura de um seminário promovido pelo Ministério da Justiça e pela Fundação Getúlio Vargas num hotel da zona sul do Rio. Jobim é apontado como o nome mais provável para substituir Bastos num eventual segundo mandato de Lula. Bastos concordou que Jobim, que já ocupou a pasta da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, seria um bom substituto. “Jobim é um homem com assinalados serviços à cidadania brasileira e à República. Acredito que seria absolutamente adequado para exercer essa função”, elogiou.


 


Jobim, que chegou a ser cogitado como vice na chapa de reeleição do presidente Lula, disse que não recebeu qualquer convite ou sondagem do governo. “Isso é mera e absoluta especulação e de terceiros. Perguntem a eles de onde tiraram isso e não para mim”, disse o Jobim, acrescentando que não tem pensado na possibilidade. “Agora sou advogado”, avisou o ex-ministro, que tem escritório em Brasília para prestar serviços de consultoria.


 


Jobim fez coro com Bastos ao elogiar a atuação da Polícia Federal no governo Lula, recusando a crítica da oposição de que há mais corrupção no atual governo. Para Jobim, a disputa pelo discurso da ética entre o presidente Lula e o candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, não constrói nada.


 


Bastos avalia que a ação da PF continuará a mesma ainda que não volte ao ministério em 2007. “Isso não tem volta. Acredito que a PF hoje seja uma instituição do Estado, da nação. Não é mais uma instituição do governo, como já foi muitas vezes”, afirmou. “A PF atua indiscriminadamente contra todo mundo. Ela investiga pessoas próximas ao governo, ao Poder Executivo, ao Legislativo. Não persegue, não protege”, frisou o ministro, em recado à oposição.


 


Fonte: Agência Estado