Greve de mineiros no Chile mobiliza 98% da categoria
Cerca de 98% dos 2.052 mineiros da multinacional Escondida decidiram nesta segunda-feira (21/8) continuar a greve que já dura duas semanas, em Santiago do Chile. Além de permanecerem de braços cruzados, a maioria optou também por realizar protestos como o
Publicado 22/08/2006 12:23
Os trabalhadores da Escondida – controlada pela anglo-australiana BHP-Billiton – reivindicam 10% de reajuste e bônus de participação nos lucros. No entanto, a empresa, que é responsável por cerca de 8% de toda a produção de cobre mundial, rejeita as reivindicações e propõe apenas reajuste de 4%.
A greve foi deliberada no dia 28 de julho, mas os trabalhadores deram uma trégua para que o Ministério do Trabalho mediasse uma negociação com a empresa. No entanto, a intransigência da multinacional resultou na greve. No último dia 9, a paralisação se radicalizou e os mineiros armaram barricadas nos piquetes para impedir a entrada de fura-greves.
Definição dos rumos
Para o presidente do sindicato da categoria, Luis Troncoso, os 98,2 de apoio dos mineiros para que a greve continuasse em vigor mostram a credibilidade de suas reivindicações. “O resultado nos dá mais força para seguir adiante e demonstrar para a empresa que não somos anarquistas. O que estamos solicitando é algo justo”, afirmou.
Por outro lado, representantes da empresa dizem que sua proposta chega a no máximo 4% de reajuste, valor que sequer foi considerado pelos trabalhadores, que não têm qualquer aumento desde 2003.
A legislação chilena permite que qualquer empresa possa negociar individualmente com seus empregados após 15 dias de greve. Diante desse cenário, as autoridades locais prevêem que as manifestações sejam mais contundentes a partir de agora.