Ibope aponta queda de audiência na estréia do horário eleitoral
Por Bernardo Joffily
A audiência do primeiro dia de programa eleitoral gratuito na TV teve uma queda média de 8,3 pontos precentuais em relação à eleição presidencial anterior, em 2002. A informação, do Ibope, com base em levantamento restrito à Grande
Publicado 18/08/2006 19:44
Segundo o Ibope, a queda foi mais pronunciada no programa da tarde, que atingiu 16 pontos na terça-feira desta semana, estréia do horário eleitoral; fora 10 pontos a menos que os 26 da primeira tarde de 2002, no dia 20 de agosto. À noite os índices foram mais altos e a queda menor: 48,7 pontos em 2002 para 42,1 pontos agora, 6,6 pontos percentuais de diferença.
Possíveis causas da queda
Parte da queda é tributada ao cenário da sucessão presidencial. Em 2002, havia quatro candidatos competitivos: na última pesquisa do Ibope antes do horário eleitoral, Lula figurava com 35% das intenções de voto, Ciro Gomes (então no PPS) com 26%, José Serra (PSDB) com 11% e Anthony Garotinho (na época PSB) com 10%. Já na última pesquisa presidencial do Ibope, divulgada dia 10, Lula apresenta 46%, contra 21% para Geraldo Alckmin (PSDB) e 12% para Heloísa Helena (PSOL). O favoritismo acentuado retira uma parte dos atrativos do horário eleitoral.
O outro motivo, muito comentado nos meios políticos, é um efeito colateral da mini-reforma política aprovada no início do ano, por iniciativa do senador Jorge Bornhausen (PFL-SC). Ao proibir showmícios, outdoors, faixas e cartazes de rua, a reforma privou a campanha do visual que de alguma forma despertava o interesse do eleitorado. O resultado é um clima bem mais frio que o de outros inícios de horário na TV. E também, ironicamente, um reforço do poder econômico na eleição. A Lei Bornhausen não impõe limites ao financiamento privado das campanhas. Os candidatos endinheirados simplesmente deslocaram seus orçamentos, dos outdoors e showmícios para a contratação do que vem sendo chamado ''infantaria'': grandes contingentes de cabos eleitorais asalariados para atuar na reta final da campanha.
Domicílios com TV aumentaram 14%
Em números absolutos, o programa eleitoral da noite de terça foi visto em 2,2 milhões de domicílios na Grande São Paulo, contra 2,3 milhões da campanha de 2002 – sempre de acordo com números do Ibope. O quase empate, apesar da queda do índice de audiência, deve-se ao aumento do número de aparelhos de TV nestes quatro anos.
O universo de domicílios com acesso a televisão na região cresceu 14% durante os último quatro anos. A Grande São Paulo tem hoje 5,4 milhões de domicílios com aparelhos de TV, 700 mil a mais do que em 2002.
Com agências