Deputados criticam silêncio da mídia sobre Emerson Kapaz

Deputados petistas criticaram nesta terça-feira a atuação de setores da grande imprensa brasileira frente ao envolvimento do ex-arrecadador da campanha presidencial de Geraldo Alckmin (PSDB), Emerson Kapaz, com a máfia das ambulâncias. Ele aparece na l

Para o deputado Fernando Ferro (PT-PE), vice-líder da bancada petista na Câmara, o tratamento dispensado por parte da imprensa ao caso é desproporcional a outros escândalos envolvendo petistas, como ocorreu em relação ao ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares. Segundo o parlamentar, se o caso envolvesse um petista, o assunto seria retratado nas primeiras páginas dos jornais e não em pequenos trechos em meio a outros assuntos, como ocorreu.


 


“Isso demostra claramente o estilo que parte da imprensa adotou, assumindo a posição de amenizar denúncias contra tucanos e enaltecer qualquer fato que envolva o PT”, disse Ferro.O parlamentar citou também o exemplo do ex-ministro da Saúde e candidato ao governo do Estado Pernambuco, Humberto Costa (PT), que teve seu nome relacionado ao esquema de forma “irresponsável e leviana”, obtendo grande destaque na cobertura de setores da imprensa.


 


Esquartejamento – Na avaliação do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), a omissão de parte da grande imprensa brasileira em noticiar o envolvimento do arrecadador de Alckmin no escândalo demostra que a mídia brasileira “tem lado” e não está comprometida com a verdade. “Se fosse um petista, seria esquartejado em praça pública, como fizeram com todos os nossos parlamentares mencionados em qualquer irregularidade. Sabemos que grande parte da imprensa nacional está e sempre esteve com este pessoal (PSDB e PFL)”, disse.


 


De acordo com o petista, tudo isso revela um acobertamento da verdade e a tentativa de incriminar o PT. “Ao mesmo tempo em que a imprensa tenta acobertar o Emerson Kapaz e outros do PSDB e do PFL, divulga denúncias contra membros do governo Lula sem as mínimas provas”, avaliou Devanir.


 


Pensamento semelhante tem o deputado Nilson Mourão (PT-AC). Para o parlamentar, está claro o favorecimento de boa parte da imprensa ao candidato tucano. “Com raras exceções, a grande imprensa brasileira se tornou veículo do PSDB e do PFL. Se este fato envolvesse um membro do governo Lula seria alvo das principais matérias, durante dias seguidos”, disse.


 


O envolvimento de Emerson Kapaz foi divulgado na imprensa não como arrecadador de Alckmin mas, sim, como presidente do Instituto Etco e integrante da Transparência Brasil. Assim que teve seu nome envolvido no esquema, Kapaz foi afastado da função pela cúpula tucano-pefelista.


 


Ainda não está provado se Kapaz é realmente um sanguessuga – o deputado negou as acusações –, mas o simples fato de um arrecadador de um candidato presidencial estar em suspeição é notícia, e das fortes. Por muito menos, os jornais atazanaram a vida do prefeito de Diadema, José Fillipi, que assumiu a tesouraria da campanha do presidente Lula à reeleição. E se o arrecadador de recursos do PT estivesse na lista dos sanguessugas? Os grandes jornais não se interessariam pela pauta? Dariam apenas um registro no meio das reportagens sobre a máfia das ambulâncias, sem um mísero título vinculando uma coisa à outra?


 


Fonte: Informes


 


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