Governo Lula ampliou em 48% verbas das universidades

“Com FHC, tínhamos redução de recursos, pois o orçamento crescia menos do que a inflação”, denunciou Paulo Speller, reitor da UFMT e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes)

 


A verba de custeio, utilizada para despesas de manutenção das universidades federais, cresceu 48,6% durante o governo Lula. Segundo dados da Secretaria de Planejamento e Orçamento do Ministério da Educação, em 2002, último ano do governo de FHC, as 52 instituições federais receberam R$ 962 milhões para custeio e manutenção em termos reais, ou seja, corrigido pela inflação do período, e apenas R$ 37,6 milhões para investimento.


 


No ano passado, os recursos para a manutenção das federais foram de R$ 1,43 bilhão e R$ 162 milhões para investimento. Se incluirmos os gastos com pessoal, o governo federal destinou R$ 8,9 bilhões para as universidades públicas federais em 2005.


 


“É uma notícia extraordinária. Antes, no governo Fernando Henrique, tínhamos redução de recursos, pois o orçamento crescia menos do que a inflação”, destacou Paulo Speller, presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Para Speller, uma das grandes realizações do governo federal foi a recuperação e a expansão das universidades federais. Para este ano, foi autorizado R$ 1,56 bilhão para custeio e manutenção.


 


As universidades federais passaram por um processo de desmonte durante o governo de FHC que levou as instituições ao caos. Segundo dados da Andifes, entre 1995 e 2001, os investimentos nas IFES (Instituição Federal de Ensino Superior), sofreram redução de 77%, ou seja, o orçamento de R$ 83,97 milhões, em 1995, despencou para R$ 19,39 milhões no ano de 2001.


 


Com este arrocho, as universidades ficaram sem recursos para pagar despesas elementares como as contas de água, luz e telefone. No final de 2002, os 45 hospitais universitários estavam numa situação insustentável, com um déficit de 19 mil funcionários e com muitas dívidas. O resultado não poderia ser outro: vários reduziram os atendimentos apenas para emergências e chegaram até a fechar totalmente as portas. Além disso, os oito anos do governo tucano resultaram também num déficit de oito mil professores universitários, já que nenhum concurso ocorreu no período autorizando a reposição dos professores que se aposentaram ou se afastaram. O descaso de FHC com a Educação culminou com várias manifestações e greves, sendo que uma delas, a de 2001, durou mais de seis meses, inviabilizando o ano letivo.


 


Desde 2003, o MEC vem promovendo um política de recuperação e ampliação da universidade pública com o aumento dos recursos, com a contratação de professores e técnicos-administrativos para suprir o déficit de pessoal. Foram abertos concursos para 14,5 mil novas vagas nas universidades federais, sendo 7,7 mil para profissionais dos hospitais universitários, 2 mil para professores e mais de 4,5 mil para funcionários técnicos administrativos. Em 2005, foram mais 2,5 mil vagas para professores universitários com contratação imediata. E mais 2,5 mil serão contratados até o final deste ano.


 


Fonte: Hora do Povo / Leide maia