Protesto contra Israel mobiliza 1.500 pessoas em SP
Uma manifestação na Praça da Sé, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira (21/7), reuniu centenas de pessoas em protesto contra os bombardeios de Israel no Líbano. Com camisas ilustradas com fotos dos bombardeios, bandeiras libanesas e muitas faixas de pr
Publicado 21/07/2006 19:56
O secretário-geral da Liga Parlamentar Árabe-Brasileira, Jamil Murad, fez elogios à postura do governo no conflito: “O governo brasileiro tem tomados medidas corajosas. Ele promoveu encontro de países da América do Sul e países árabes, contra a vontade de Israel e dos Estados Unidos”, lembrou Jamil, que também é deputado federal pelo PCdoB-SP. “Agora ele está indignado com os ataques de Israel contra o Líbano. São posições corajosas, soberanas, independentes, que não se submetem às posições norte-americanas”.
“O que estamos fazendo hoje é passar a nossa voz para o mundo inteiro”, disse o xeque Kamal Yahya, da mesquita paulista de Santo Amaro, durante o ato público. “Estamos chamando os brasileiros para conhecer a nossa guerra. Precisamos do Brasil, que ele ajude a Palestina e o Líbano e que ajude a parar essa guerra.”.
Os bombardeios de Israel ao Líbano, desde o dia 12, mataram mais de 300 pessoas, entre elas sete brasileiros. “Esse massacre na Palestina e no Líbano não pode continuar. Esse é um ataque covarde, do quarto maior exército do mundo, contra uma população totalmente indefesa”, protestou o professor Hugo Monteiro, do Departamento de Bioquímica da Escola Paulista de Medicina e membro do Instituto de Cultura Árabe.
O instituto é uma das entidades criadoras do Comitê de Solidariedade aos Povos Árabes, que planejou a manifestação nesta tarde em São Paulo e em outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Florianópolis e Brasília. Também fazem parte do comitê o Centro Brasileiro de Solidariedade entre os Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), a Confederação Árabe-Palestina do Brasil (Copal), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Federação de Entidades Árabe-Brasileiras (Fearab), entre outros.
Movimentos sociais presentes
“Os verdadeiros terroristas habitam a Casa Branca, agredindo e matando, no Iraque e no Afeganistão. No Oriente Médio, os terroristas estão no governo israelense, jogando bombas sobre a população civil da Palestina e do Líbano”, denunciou o secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício. O dirigente cutista lembrou que a defesa do Estado Palestino e dos direitos dos povos à sua auto-determinação é uma bandeira histórica, que acompanha a central desde sua fundação.
Felício ressaltou que neste momento, “em que os ataques se sucedem de forma perversa, afirmamos aqui a solidariedade da classe trabalhadora ao povo árabe em sua luta pela paz, pelo seu direito à soberania e desenvolvimento. Ressaltamos: só haverá paz no Oriente Médio quando o Estado de Israel parar de agredir a população árabe, esse povo que tanto contribuiu para a história das ciências e das artes”.
A presidente da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), Michele Bressan, manifestou “a solidariedade da juventude brasileira pelo fim imediato da criminosa agressão do governo de Israel ao Líbano e à Palestina”. “Em sua covardia contra a população civil, tendo assassinado inclusive crianças brasileiras enquanto dormiam, o regime israelense mostra o que é: fascismo”, sublinhou.
Saudando os “irmãos árabes”, o padre Júlio Lancelotti defendeu “o imediato cessar-fogo israelense, pondo fim à invasão da Palestina e à ocupação do Líbano”. Pedindo que os pais erguessem bem alto os seus filhos – presentes em grande número na manifestação – o padre pediu que todos aplaudissem as crianças, “símbolos da paz e da Humanidade, que vêm sendo abatidos pelas bombas de Israel”.
Entre outras lideranças religiosas, sindicais, femininas, estudantis, comunitárias e parlamentares, se fizeram presentes Rodrigo Cruz (UNE); João Paulo (MST); Wander Geraldo (Conam); Paulo Sabóia (CGTB) e Ana Maria Rodrigues (CMB).
Da Redação, com agências