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Disputa emaranhada pelo governo do Tocantins

Inaugurando uma série de matérias que visam fazer um raio-x das disputas estaduais, mostrando quem são os candidatos do PCdoB, o Partido Vivo mostra a seguir como está o cenário tocantinense. O mais jovem estado brasileiro, fundado há 18 anos, sofre desde

De Brasília,
Carlos Pompe,
com colaboração de Priscila Lobregatte (SP)



O governo do Tocantins está sendo disputado por cinco candidatos, mas a novidade é o PCdoB e o PT se coligarem, apresentando o nome do senador Leomar Quintanilha. O atual governador, Marcelo Miranda (PMDB) e o ex-governador Siqueira Campos (PSDB) estão no pleito, assim como Célio Azevedo (PSDC) e Elísio Gonçalves (PSOL). “A formalização desta coligação com o PT melhorou as perspectivas porque ao capital político que o PCdoB vem alcançando, soma-se a experiência local do PT, que hoje tem 15 prefeitos e 22 vice-prefeitos em todo estado”, disse Luiz Carlos Orro, vice-presidente estadual do PCdoB/TO. Já o senador Leomar Quintanilha afirmou que este “é um momento singular para a política do Tocantins'.


Apenas os partidos de esquerda – PCdoB, PT e PSOL – mostram uma coerência política nacional na disputa para ocupar o Palácio Araguaia, sede do governo. Os dois primeiros, que integram a base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, formaram a coligação Mudança pra valer. O PT indicou ex-vereadora de Gurupi, Zaira Miranda, para vice-governadora, e o advogado Célio Moura para concorrer ao Senado. O PSOL, de oposição a Lula, saiu sem coligação. Sua chapa proporcional tem oito nomes e o partido está organizado em apenas cinco dos 139 municípios do estado.




Interesses locais




O governador Marcelo Miranda ofereceu palanque para o presidente Lula, mas se coligou com o PFL para garantir a candidatura ao senado de Kátia Abreu, que na Câmara de Deputados é ferrenha opositora ao governo federal. Seu candidato a vice é o deputado estadual Paulo Sidnei, do PPS, partido que nacionalmente apóia o PSDB. Os três são candidatos da coligação Aliança pela Vitória, que traz consigo a Frente Alternativa do Tocantins (Fato), integrada por PDT, PTN, PHS, PAN, PRTB, Prona, PTC, PSL e PRP. O coordenador da campanha da reeleição é o pai do governador, o secretário estadual de Infra-Estrutura, Brito Miranda, que é do PFL. Quanto ao PSDC, seu presidente regional, Antônio Luiz Amorim Araújo, explicou que deixou a Fato, da base do governador, para seguir uma orientação da direção nacional da legenda, que quer candidaturas próprias em todos os
Estados. O PSDC tem como candidato a presidente José Maria Eymael.



O ex-governador Siqueira Campos, do PSDB, concorre pela União Tocantins, integrada também por PL, PP, PTB, PSB, PSC, PV, PPS e PTdoB. Neste caso, igualmente, prepondera a articulação política local, com o PSB se aliando com o partido que, nacionalmente, apresenta a candidatura presidencial de Geraldo Alckmin. Segundo a imprensa tocantinense, fontes do PPS garantem que haverá uma dissidência no partido em prol do candidato ao Senado da coligação Mudança pra valer, o petista Célio Moura.



Também na política estadual, são muitas as tramas e alianças entre partidos e interesses, em vários municípios. O prefeito da capital, Raul Filho, do PT, administra Palmas com o apoio do PMDB do governador. Já o atual vice-governador, Raimundo Boi, do PL, faz campanha para Siqueira, do PSDB.
Nessa intricada situação partidária, os candidatos disputarão a preferência dos 882.728 eleitores aptos a votar no estado – um aumento de 12% em relação a outubro de 2002 (a média nacional, no período, foi de aumento de 9,25%). O maior número de eleitores está em Palmas, a capital, com 122.343 votantes (13,86% do eleitorado do estado). Em seguida, estão Araguaína (83.416) e Gurupi (56.483).




O candidato da Mudança pra valer, perguntado se sua candidatura tinha 'quebrado' a polarização que imperou até agora na disputa (entre Marcelo e Siqueira Campos), afirmou que o 'jogo muda' com a nova proposta que está apresentando. 'Eu não sou a novidade, porque não sou novo na política, a novidade nestas eleições é a proposta que estamos apresentando', garantiu Leomar Quintanilha. Para ele, a proposta do PCdoB/PT é uma alternativa que vai conjugar desenvolvimento econômico com desenvolvimento social. 'Visa a modernização do Estado, com viés social forte', explicou.  O candidato ao Senado, Célio Moura, diz que a coligação representa a “candidatura dos movimentos sociais, do movimento popular e dos trabalhadores rurais. Eles (Marcelo e Siqueira), não. Brigaram em casa e agora tentam lançar candidaturas individuais. É uma briga de família, uma briga intestinal'.




Segundo o dirigente, a diferenciação estará tanto no embate ideológico e político quanto no programa de governo. Luiz Carlos Orro destacou que a campanha da esquerda “vai demarcar oposição com uma questão que é muito presente para a população do Tocantins: a herança política do siqueirismo, marcado por autoritarismo, perseguições e práticas coronelistas”. Quanto às propostas, ele explica que “a ênfase é no desenvolvimento sustentável para o Tocantins com foco prioritário na valorização do ser humano, geração de emprego, distribuição de renda, melhoria de atendimento em saúde e ações de desenvolvimento  da ciência e tecnologia”, salientou. Para ele, outro ponto que terá destaque é a educação.  “Ela é prioritária para o crescimento do estado e para a melhoria de vida de nossa população. Hoje, 67% do eleitorado não tem o primeiro grau. Isso permite a continuidade dessas práticas coronelistas”.





Candidatos proporcionais



Seguindo o mesmo ritmo de se colocar na oposição ao poder local, o PCdoB/TO espera poder eleger seus deputados alcançando os 2% exigidos pela lei que instituiu a cláusula de barreira. Ao todo, são 7 candidatos a deputado federal e 16 a estadual. “Nosso esforço é no sentido de enfrentar a cláusula de barreira e a aliança com o PT ampliou nossas perspectivas. Devemos atingir de 25 mil a 30 mil votos para garantir a eleição para deputado federal”, explica Orro. Para a assembléia legislativa, o quadro é mais fácil. A estimativa do comitê estadual é de que sejam necessários em média 7 mil votos para eleger deputados estaduais. 




Perfil local


No total, 461 candidatos vão disputar os 882.728 votos tocantinenses. Além de cinco candidatos ao governo e cinco ao Senado, as oito vagas de deputado federal são pretendidas por 82 postulantes (10,2 para cada) e 369 pessoas aspiram sentar nas 24 cadeiras da Assembléia Legislativa (14,95 por cadeira).


Dos eleitores do Tocantins, 591.535 (67%) não completaram o ensino fundamental, de acordo com o TSE. Esse percentual está acima da média nacional, que é de 58,8%. O estado tem 452.099 eleitores homens e 430.628 mulheres.


Conheça abaixo os candidatos majoritário e proporcionais do PCdoB em Tocantins.




Candidato ao governo


Nome: Leomar de Melo Quintanilha
Idade: 61
Profissão: advogado
Onde atua: foi duas vezes deputado federal e está em seu segundo mandato no Senado
Função no PCdoB: é presidente do PCdoB/TO
Quando ingressou no partido: 2005




Candidatos a deputado federal


Nome: Adriane Amorin
Idade: 29
Profissão: servidora pública,  técnica em enfermagem
Onde atua: sindicalista
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2004




Nome: Walquiria Pereira Cunha
Idade: 20
Profissão: estudante da UFT
Onde atua: é diretora executiva da UEE/TO e servidora pública estadual; integra a direção da UJS de Palmas
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2005





Nome: Zenis Aquino
Idade: 52
Profissão: advogado
Onde atua: foi vereador por dois mandatos em Araguaína e já disputou a Prefeitura
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido:  2005




Nome: Luiz Sergio Prestes
Idade: 49
Profissão: contador
Onde atua: empresário da construção civil em Palmas; é membro da família de Luiz Carlos Prestes                                  
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2005




Nome: Sargento Gomes
Idade: 42
Profissão: policial militar
Onde atua: em Palmas
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2006




Nome: Luiz Carlos Orro
Idade: 48
Profissão: advogado
Onde atua: servidor público; foi vice-presidente da UNE em 1980 e participou da luta contra a ditadura militar e da reorganização do movimento estudantil e entidades sindicais
Função no PCdoB: membro do Comitê Central e vice-presidente do PCdoB/TO.
Quando ingressou no partido: 1979




Nome: Sargento Borgonho
Idade: 41
Profissão: policial militar
Onde atua: em Palmas
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2006







Candidatos a deputado estadual




Nome: Cleso Fernandes
Idade: 48
Profissão: servidor público federal
Onde atua: foi gerente regional da FUNAI em cidades do Tocantins e Mato Grosso
Função no PCdoB: presidente do PCdoB de Araguaína e membro do comitê estadual
Quando ingressou no partido: 2002





Nome: Antônio Aires
Idade: 50
Profissão: autônomo
Onde atua: líder comunitário e escritor, foi secretário municipal de Desenvolvimento Urbano de Arraias
Função no PCdoB: membro do comitê estadual
Quando ingressou no partido: 2003




Nome: Arlindo Mota
Idade: 52
Profissão: trabalhador rural
Onde atua: dirigente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Tocantins
Função no PCdoB: já integrou a direção estadual do PCdoB/TO
Quando ingressou no partido: 1985




Nome: Jeany Aguiar
Idade: 26
Profissão: estudante
Onde atua: presidente do DCE da Universidade Federal do Tocantinse é diretor da UNE
Função no PCdoB: é vice-presidente estadual da UJS/TO e secretário de Organização do PCdoB de Palmas
Quando ingressou no partido: 2004




Nome: Edson Gallo
Idade: 37
Profissão: bancário
Onde atua: é sindicalista
Função no PCdoB: Membro do CM de Araguaina
Quando ingressou no partido: 2005




Nome: Djacy Almeida
Idade: 41
Profissão: Policial Civil e desportista
Onde atua: é presidente do São José Esporte Clube e atua na Federação Tocantinense de Futebol
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2005




Nome: Ana Maria Coelho
Idade: 35
Profissão: professora
Onde atua: é micro-empresária
Função no PCdoB: presidente municipal do PCdoB de Miracema do Tocantins
Quando ingressou no partido: 2005




Nome: Rosecléia Freitas,
Idade: 27
Profissão: empresária
Onde atua: –
Função no PCdoB: membro do CM de Formoso do Araguaia
Quando ingressou no partido: 2003



Nome: Sebastião Dimas Noleto (Tião Noleto),
Idade: 50
Profissão: representante comercial
Onde atua: foi suplente de vereador em Araguaína de 1996 a 2000
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2005




Nome: Eliene Ferreira
Idade: 23
Profissão: radialista
Onde atua: é líder estudantil
Função no PCdoB: é membro do CM de Dianópolis
Quando ingressou no partido: 2003




Nome: José dos Reis
Idade: 40
Profissão: –
Onde atua: é líder comunitário,  presidente de associação de moradores em Palmas
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido:2005



Nome: José Humberto Gomes
Idade: 42
Profissão: professor
Onde atua: é dirigente regional do Sindicato Estadual dos Trabalhadores na Educação
Função no PCdoB: presidente  municipal do PCdoB de Araguatins
Quando ingressou no partido: 2004




Nome: Wilson André
Idade: 56
Profissão: micro-empresário
Onde atua: é pastor evangélico
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2005




Nome: José Leonis
Idade: 60
Profissão: professor e bacharel em Direito
Onde já atua: é líder comunitário em Palmas
Função no PCdoB:
Quando ingressou no partido: 2005




Nome: Laura Elice
Idade: 23
Profissão: estudante
Onde atua: presidente da UBM/TO e membro da Executiva da UJS/TO
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2004





Nome: Antônio Carvalho
Idade: 50
Profissão: produtor rural, foi candidato a Prefeito de Palmas em 2000
Onde atua: –
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2005


Suplência no Senado



Nome: Oswaldo Motta – 1ª suplência
Profissão: oficial da Polícia Militar, ex-deputado estadual
Onde atua: coronel da reserva
Função no PCdoB: –
Quando ingressou no partido: 2005