Dilma defende indicações de Lula para os Correios

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que são "eleitorais" as críticas feitas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva por nomear indicados pelo PMDB para cargos de direção na Empresa de Correios e Telé

"É uma crítica eleitoral", disse Dilma à tarde. "Não vemos nenhum outro problema. Estão querendo construir em cima da questão dos Correios um problema que não existe."

Ela contou que as nomeações foram sugeridas pelo ministro das Comunicações, Hélio Costa, a quem os Correios estão subordinados, e atenderam a exigências técnicas. "Nunca questionam a competência das pessoas, mas que são inadequadas, pois são indicadas por um determinado partido", queixou-se.

À observação de que a história recente do país mostra o contrário, respondeu: "A história, em todos os países, mostra que há necessidade de aperfeiçoar as instituições. Mas em nome disso não se pode comprometer o processo democrático." Questionada se o excesso de nomeações para atender a partidos não torna a máquina menos eficiente, disse que qualquer instituição pode ter "percalços". "O regime democrático perfeito não é, mas é o melhor."

Em São Paulo, Berzoini admitiu que existem elementos políticos na decisão de nomear indicados pelo PMDB, mas negou que isso tenha sido feito em troca de apoio na eleição. "Em nenhum momento o PMDB pediu qualquer tipo de nomeação para fazer aliança nos poucos Estados em que conseguimos nos coligar formalmente", disse. Segundo ele, foi feita uma "composição política natural", que leva em conta o critério da competência dos peemedebistas que ocuparão cargos na estatal.

O presidente Lula reclamou das "difamações e desaforos" da oposição e da imprensa a órgãos públicos. Falando a técnicos do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), ele elogiou os funcionários, mas reconheceu o descrédito da sociedade no departamento responsável pelas estradas, comentando uma conversa que teve com técnicos. "Eu disse, como companheiro, que a fama de vocês não é boa na praça", relatou. O departamento, citado com freqüência em escândalos de corrupção, foi controlado por peemedebistas em governos passados.

Lula fez críticas indiretas à imprensa e a adversários. Disse que o "hábito sempre foi fechar e desacreditar instituições que apresentavam irregularidades". Na opinião do presidente, o mau funcionamento e as irregularidades de órgãos públicos são causados por pessoas à frente da administração.

Fonte: O Estado de S. Paulo