Inácio: Disputa eleitoral repercute nas votações do Congresso
O líder do PCdoB na Câmara, deputado Inácio Arruda (CE), utiliza o exemplo da proposta de criação do Fundo de educação Básica (Fundeb) para explicar a lentidão na votação das matérias no C
Publicado 04/07/2006 16:17
"O Fundeb está emperrado no Senado, nas mãos do senador José Jorge (PFL-PE), que é o candidato a vice na chapa de Alckmin, exatamente porque o Fundeb tem uma repercussão muito positiva do ponto de vista político e o senador não põe parecer em votação para não beneficiar, na ótica dos oposicionistas, os que estão no governo e disputam as eleições", explica o parlamentar.
"O senador José Jorge, o ministro do Apagão, agora está querendo apagar o Fundeb, sentado em cima de matéria importantíssima", diz Inácio, acrescentando que quer saber como ele vai debater, como candidato à vice-presidente, a educação para o Brasil.
Segundo o parlamentar cearense, a disputa da campanha eleitoral repercute nas votações no Congresso nacional, porque acirra a competição entre governo e oposição, com a oposição querendo desgastar base do governo. Inácio destaca ainda o trabalho dos parlamentares no período eleitoral, "que vai disputar votos no debate com o eleitor, que está sendo estimulado demagogicamente por um projeto de mídia que está voltado majoritariamente para se alinhar com a direita brasileira".
"As vezes há expectativa da mídia de que não se está fazendo nada. Nós estamos disputando a eleição, que vai desenhar o futuro do Brasil, se vamos manter e aprofundar o projeto de mudanças ou não. Uma campanha ferrenha, de importância estratégica para o mundo; e todos se voltam para ela", afirmou o líder comunista.
Dimensão da campanha
Para dimensionar as eleições brasileiras, Inácio lembra que são três meses de intenso debate e discussão e disputa dos votos para eleger o Presidente da República, 27 governadores, 27 senadores e 513 deputados federais, além de todos os membros das assembléia legislativas.
"A vagareza do Congresso Nacional de apreciar determinadas matérias está também em função dessa batalha em curso. Mesmo com menos acirramento, sempre foi assim, e quando a disputa se acirra, os trabalhos caminham mais lentamente porque as atenções estão voltadas para a campanha", explica o parlamentar, que concorre a uma vaga ao Senado nestas eleições.
Ele destaca outro aspecto das eleições no Brasil – um país de dimensões continentais. "Só o Ceará é maior que a Suiça e se pensarmos Amazonas, Pará, Bahia; Minas tem 800 municípios. E os estados com dimensão territorial menor, tem peso eleitoral muito grande, como São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul", fala, ressaltando as dificuldades dos candidatos em campanha.
De Brasília
Márcia Xavier