Manifestantes acusam Xanana Gusmão de tentar eliminar opositores
O presidente do Timor Leste, Xanana Gusmão, foi fortemente vaiado pelos militantes da Fretilin durante a gigantesca manifestação que promoveram na capital do país, Díli, nesta sexta-feira, depois de ter sido recebido com alguns aplaus
Publicado 30/06/2006 18:28
Sua visita, de surpresa, ocorreu pouco antes dos manifestantes deixarem a capital. Os membros da Fretilin chegaram quinta-feiraà capital timorense para apoiar Mari Alkatiri, o primeiro-ministro demissionário.
Os manifestantes acusaram Xanana Gusmão de ter distribuído armas a grupos paramilitares para eliminar opositores, mesma acusação que foi feita contra Mari Alkatiri. Na resposta, Gusmão lembrou que a ONU pôs já em marcha uma Comissão Internacional para apurar responsabilidades.
Depois de Xanana Gusmão, apareceu Mari Alkatiri para um discurso de campanha eleitoral. Mari Alkatiri minimizou a demissão e lembrou que o importante é a vitória da Fretilin nas próximas eleições. No final, convenceu os manifestantes a regressarem a casa, na região Leste da ilha.
À saída de Díli, a multidão, composta de 10 a 15 mil pessoas, segundo membros da Fretilin, foi alvo de novas provocações de manifestantes anti-governamentais. Durante os incidentes, a força internacional fez quatro detenções e uma pessoa ficou ferida.
Depois da manifestação da Fretilin, membros do governo timorense afirmaram que já existem condições para Gusmão negociar com os dirigentes do seu partido e formar um novo Governo, que deverá entrar em funcionamento nos próximos dias.