PMDB lança Quércia ao governo paulista “pra valer”
A Executiva Estadual do PMDB paulista, reunida com o presidente nacional da sigla, deputado Michel Temer (SP), ratificou nesta quinta-feira o lançamento de Orestes Quércia para governador do Estado. A candidatura será homologada na con
Publicado 22/06/2006 21:21
Depois da decisão, Quércia, que já governou São Paulo (1983-1986), desmentiu para sua candidatura seja uma maneira de reforçar as chances de Aloizio Mercadante, o candidato do PT ao governo.
“É para ganhar, é pra valer”
Ele admitiu que que há uma expectativa no PT de que o "Quércia vai nos ajudar". Mas agregou que "minha candidatura não é braço de ninguém, é para ganhar, é pra valer". O ex-governador, que hoje preside o PMDB estadual, também brincou: "Da mesma maneira que minha candidatura pode ajudar o PT, eles (petistas) também podem me ajudar".
A proposta Quércia governador ganhou força depois de um encontro deste com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia 1º, no Palácio do Planalto. Dias antes, o instituto Datafolha apontara uma queda de Serra, de 59% para 52% das intenções de voto, aumentando as chances de um segundo turno.
Uma ironia dirigida a Serra
O novo candidato ao governo paulista também recorreu a uma ironia ao dar sua opinião sobre a recusa do PSDB em aceitá-lo como vice na chapa de Serra. “É uma preocupação legítima, não estou desconsiderando, não é nada contra mim, pessoalmente", comentou, mas ao se explicar tocou no calcanhar de aquiles do candidato tucano, que criou fama de não cumprir os mandatos para os quais é eleito.
"Imagina amanhã o Serra ser candidato a presidente e o Quércia, como vice, assume o governo e é candidato à reeleição. É esse o problema maior: 2010, quando o PSDB teria de deixar o governo nas mãos do PMDB", argumentou.
Focos de campanha, coordenação
Michel Temer também enfatizou que a candidatura é "pra valer"e “não apenas para marcar posição". A Executiva peemedebista já definou inclusive os focos principais da campanha – saúde, educação e em especial segurança pública.
Nas inserções do PMDB-São Paulo que estão sendo veiculados no rádio e na TV, Quércia aparece afirmando que sua passagem pelo governo do Estado foi uma das mais eficientes em termos de segurança. O tema incomoda a atual administração do PSDB-PFL, depois da crise na segurança pública evidenciada com os ataques do PCC no mês passado.
Outro indicativo de uma candidatura “pra valer” foi a escolha do deputado Delfim Netto para sua coordenação. Primeiro homem da equipe econômica da ditadura militar de 1967 a 1985 (exceto no governo do general Geisel), eleito pelo PP mas no PMDB desde setembro passado, Delfim tem sido um ácido crítico da linha econômica dos tucanos.
Pouco espaço para alianças
Possíveis alianças também serão negociadas, e para isso a Executiva do PMDB-SP deixou em aberto os nomes dos candidatos a vice e ao Senado. Mas é duvidoso que se efetivem, pois o prazo para estas definições se esgota no dia 30.
A respeito, Quércia fez um comentário sobre a hipótese, que chegou a circular, de uma aliança com o PCdoB. "O PCdoB vindo para o nosso lado, embora seja muito honroso para mim, pode dar a conotação de que seria um acerto com o PT para favorecer a candidatura do Mercadante", afirmou.
Com agências
Veja também: Quércia é candidato em SP, Serra terá chapa pura” (https://dev.vermelho.org.br/base.asp?texto=4182 ).