Dr. Rosinha: Lista de Furnas desmente Serraglio e CPI dos Correios
"O relatório da CPI não apenas conclui que a lista de Furnas é falsa como indicia pessoas pela sua divulgação, o que agora se revela um grande equívoco.", afirma o deputado Dr. Rosinha (PT-PR) com base na informa&cced
Publicado 21/06/2006 17:03
A confirmação da autenticidade da chamada Lista de Furnas desmente as conclusões do relatório final da CPI dos Correios, cujo texto afirma que a falsificação do documento teria sido "comprovada" pela comissão.
Na última semana, a Polícia Federal divulgou o resultado da perícia do Instituto Nacional de Criminalística sobre os originais da lista —documento que registra um caixa-dois de R$ 39,9 milhões distribuído a 156 políticos de 12 partidos nas eleições de 2002. Do total de políticos citados, 86 são do PSDB ou do PFL.
Entregue em maio à PF pelo lobista Nilton Monteiro, os originais lista, conforme o laudo do INC, não foram montados e é autêntica a assinatura que aparece no documento. Quem assina é de fato Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, empresa estatal de energia elétrica.
"Descobre-se agora que Dimas mentiu à CPI ao negar sua assinatura no documento, e que o relatório final da CPI dos Correios está viciado", afirma o deputado federal Dr. Rosinha (PT-PR), que participou das investigações.
"O relatório da CPI não apenas conclui que a lista de Furnas é falsa como indicia pessoas pela sua divulgação, o que agora se revela um grande equívoco."
Dos 156 nomes que constam da lista do caixa-dois de Furnas, 48 são políticos do PSDB, 34 do PFL, 21 do PP, 15 do PMDB, 13 do PTB, 11 do PL e 5 do PPS. PDT, Prona, PRBT, PSC e PSB aparecem com um nome cada. Entre as supostas doações, as maiores teriam sido feitas aos tucanos José Serra (R$ 7 milhões), Geraldo Alckmin (R$ 9,3 milhões) e Aécio Neves (R$ 5,5 milhões).
"O PSDB ganhou muito mais. Eu era miudinho", declarou Roberto Jefferson após prestar depoimento à Polícia Federal, no início deste ano. No depoimento, o ex-deputado PTB disse que a lista é verdadeira e que recebeu R$ 75 mil —exatamente o mesmo valor que consta da lista, ao lado de seu nome. Jefferson disse ter recebido o valor em dinheiro, das mãos do próprio Dimas, no Rio de Janeiro.
O que diz o relatório da CPI
"No que tange à chamada "lista de Furnas", restou comprovado que se trata de uma falsificação", diz trecho do relatório final da CPI dos Correios. "Esta CPMI entende que não irá emprestar sua credibilidade a atitudes inconseqüentes e dar curso a uma denúncia leviana."
O relatório pede o indiciamento de Nilton Monteiro por calúnia e falsificação de documentos. "Nilton Monteiro forjou ou se valeu da mencionada relação, com o claro intuito de caluniar políticos ligados à oposição", diz o relatório da CPI, que cita laudos por dois institutos particulares, Del Picchia e Mauro Ricart, para sustentar sua tese. No texto, não há menção de quem teria pago pelos duas perícias, feitas a partir de fotocópias.
"Está mais do que provado que o relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) aplicou um "golpe" ao aprovar um relatório parcial, incompleto e insuficiente", afirma Dr. Rosinha. "Agora vemos que não faltavam motivos para a oposição carregá-lo em seus braços ao final da CPI. Sempre considerei essa imagem no mínimo reveladora."
O relator da CPI foi um dos principais defensores da não convocação do lobista Nilton Monteiro, apesar de ela ter sido aprovada em agosto de 2005. A CPI dos Correios terminou em abril deste ano, sem ouvir Monteiro. "A comissão fugiu da testemunha", conclui Dr. Rosinha.
Fonte: Portal do PT