PT acredita que até sábado fechará aliança formal com o PSB
Nesta terça-feira, Berzoini e o restante da Executiva Nacional do PT se reuniram pela primeira vez para discutir a campanha de reeleição e avaliaram que estão criadas as condições para que o PSB se coligue com o P
Publicado 20/06/2006 22:10
Gleber Naime, coordenador do grupo de trabalho eleitoral do PT, afirmou hoje que os entendimentos com o PSB não passam pela candidatura a vice na chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Essa questão já está resolvida. Achamos que o José Alencar é a melhor alternativa”, disse.
A opinião foi compartilhada por Berzoini. Depois da reunião que durou cerca de cinco horas, o presidente do partido afirmou que o PSB nunca fez esta exigência (de indicar o vice) para aprovar uma coligação formal com o PT e que a aliança com os socialistas passa pelo acerto de acordos estaduais. “O PT prefere que o candidato a vice seja o José Alencar. Ele já é o vice, teve um papel importante nesse mandato, é próximo do presidente Lula, participou da coordenação de governo, foi ministro da Defesa e está a serviço do projeto de mudanças” disse Berzoini.
No caso da candidatura a vice, Naime garantiu que o nome de Alencar será anunciado no sábado, contrariando declaração feita no dia anterior pelo ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro. “Pelo gosto do PT o vice sai na convenção. Achamos que o vice José Alencar é o melhor nome. Para nós esta é uma questão resolvida”, afirmou Naime.
A nova disposição dos petistas em tentar criar as condições para o apoio formal do PSB ocorre logo após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter deflagrado nesta terça-feira um movimento para tentar garantir a aliança formal. O presidente acionou ministros e o PT para acelerar as negociações.
De um lado, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, reuniu-se com o líder do PSB na Câmara, Alexandre Cardoso (RJ), e deixou claro que o presidente consideraria ideal se a aliança fosse formal. De outro, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, decidiu marcar para esta quarta-feira um encontro com os presidentes do PSB, Eduardo Campos, e do PCdoB, Renato Rabelo. A expectativa é de que a aliança com os dois partidos já esteja acertada na convenção de sábado.
Mas não foi isso que Alexandre Cardoso disse a Tarso. Ele foi informado de que o PSB quer um gesto real de Lula e do governo de que é parceiro, ou não terá outra alternativa a não ser fazer uma aliança informal e tentar sozinho vencer a cláusula de barreira – que obriga os partidos a terem 5% dos votos. Nesta terça à noite, a cúpula do PSB deve fazer outra reunião.
O partido pretendia dar uma resposta final nesta quarta-feira sobre sua posição, mas isso deve ser precedido pelo encontro dos presidentes dos três partidos. A expectativa da cúpula do PT é que a aliança com os dois partidos já esteja acertada até a convenção de sábado. Mas o nome de Lula será oficializado sem o nome do vice. O próprio Lula disse nesta terça, no Paraná, que só trata disso depois da convenção de sábado.
Na saída do Planalto, Cardoso deixou claro que, na atual situação, o caminho é o apoio informal, mas ressaltou que uma coligação formal dependeria muito mais da coordenação de governo e de campanha do que do PSB. Na prática, o partido se ressente de não ter um tratamento dado ao PMDB, que vem sendo cortejado por Lula. A estratégia do Palácio do Planalto é tentar negociar até o último momento devido à preocupação com a perda de minutos no programa eleitoral e pelo desgaste simbólico que seria lançar-se à reeleição numa chapa sem a participação dos tradicionais aliados de esquerda.
“O governo Lula tem que deixar claro quem são os parceiros dele. O PSB vive um dilema, quer o apoio formal, mas tem que pensar na sua sobrevivência como partido”, disse Alexandre Cardoso.
O ministro Tarso tem dito que considera fundamental uma aliança formal, mas que não se pode obrigar os aliados. Nesta terça, ele quis saber quais as dificuldades que os parlamentares do PSB enfrentam no relacionamento com o governo, por exemplo. Para sensibilizar o partido, Tarso ainda tem citado Eduardo Campos – que é candidato ao governo de Pernambuco – na lista de nomes para vice na chapa de Lula, embora José Alencar deva ser mantido.
com informações do Globo