Socorro Gomes apresenta propostas contra a guerra e pela paz
"O debate contra a guerra está na ordem do dia não só para os jovens, mas para toda a humanidade. Paz é o que garante a própria sobrevivência da humanidade. Lutar pela paz é denunciar a guerra". As palavras s&atil
Publicado 14/06/2006 18:53
A parlamentar, que é também presidente da Cebrapaz e membro do Conselho Mundial da Paz (CMP), falou sobre as decisões tomadas na reunião do Conselho realizada antes do seminário internacional. Ela destacou como principal proposta da reunião o fortalecimento da Organização das Nações Unidas (ONU), explicando que "apesar das limitações, é o caminho para evitar a barbárie e a prevalência da lei do mais forte".
Também ficou decidida a luta pela retirada dos Estados Unidos do Iraque, "guerra que representa o melhor exemplo do quanto a guerra é destruidora, acaba com o patrimônio cultural de uma das civilizações mais antigas do mundo e contamina os recursos naturais, além de eliminar vidas humanas. A guerra ameaça os melhores sentimentos humanos", destacou Socorro.
Novo formato para ONU
Socorro explica que "o fortalecimento da ONU deve ser pela manutenção desse instrumento e estudo sobre novo formato, com a presença de todos os países e que cada país seja igual a um voto. A expectativa é de usar mais a ONU como fórum de denúncia, incluindo manifestações previstas pela CMP", disse, acrescentando que a fórmula é : "Uma ONU mais democrática, que não defenda o mais forte".
Os Estados Unidos, que é apontado como grande promotor da guerra, ganhou força com o atentado ao World Trade Center, em Nova Iorque, denuncia Socorro, para quem "a paz pressupõe a auto-determinação dos povos". Ela destaca, citando os casos da invasão estadunidense no Afeganistão e Iraque, que é preciso garantir que "cada povo escolha o seu próprio destino".
Para Socorro Gomes, "a resistência do Iraque demonstra que o imperialismo não pode tudo e que será derrotado. Para isso, o CMP quer ampliar a luta pela paz, incluindo além dos revolucionários, os pacifistas, "porque a paz é uma causa que ganha corações e mentes", disse, acrescentando que "os Estados Unidos hoje estão quase isolado do mundo no repúdio à atitude bélica".
Ameaça à América Latina
"Nós da América Latina vivemos sob ameaça, com avanço das bases militares em países estrangeiros, que já são 800, e existem na Amazônia e tríplice fronteira (Brasil-Paraguai-Uruguai)", denuncia Socorro Gomes. Ela destacou que "a plotagem realizada identificou que essa bases estão próximas a recursos naturais, o que demonstra que a preocupação norte-americana não é com a defesa dos direitos humanos e democracia, o interesse deles é com o saque e a pilhagem".
E destacou também a preocupação manifestada pelo Conselho com a situação no Paraguai que, por meio de acordo com Estados Unidos, permite a manutenção de agentes da CIA nos territórios da América Latina com regalias de diplomata e que só podem ser julgados pelos Estados Unidos. Na avaliação da deputada comunista, "isso representa a submissão de um povo à força dos Estados Unidos".
Antes da eleição de Lula, havia um pré-acordo para instalação de uma base militar em Alcântara (MA), que foi barrada pelo governo atual, lembra a parlamentar, citando ainda o caso da base de Gualtánamo, em Cuba, que existe contra a vontade do governo de Fidel Castro e tem protagonizado casos de torturas e violação de direitos humanos contra os prisioneiros.
Luta pela paz
Socorro Gomes contou que a entidade, criada em 1949, para travar luta contra guerras imperialistas, com participação de várias personalidades como Einstein no processo de construção, viveu momento de descenso e agora experimenta uma retomada da luta. A entidade luta principalmente contra a política de guerra dos Estados Unidos, que ganhou força após o epidósio do 11 de setembro, com a derrubada do World Trade Center, em Nova Iorque, que resultou na adoção da política de guerra preventiva dos Estados Unidos.
Socorro destacou como importante atividades realizada pelo CMP os tribunais de consciência, que garante a intensificação do debate das política de guerra. Em abril deste ano foi realizado o julgamento do presidente estadunidense, George W. Bush, pela política de intimidação, ameaça e dominação dos povos.
O CMP julgou a atitude dos Estados Unidos, que se colocam acima da ONU, na guerra preventiva que considera guerra "limpa", onde supostamente não morreriam os agressores. Mas, segundo Socorro Gomes, "o povo iraquiano tem dado exemplos de resistência e o que seria apenas um "passeio" transformou-se num pântano".
Jovens contra a guerra
O seminário internacional, promovido pela Federação Mundial das Juventudes Democráticas (FMJD), Comissão de Relações Exteriores e Centro de Estudos e Memória da Juventude, será encerrada nesta Quinta-feira (15). O evento reuniu durante três dias organizações juvenis da América Latina, Europa, África e Oriente Médio, que apresentam depoimentos sobre os impactos da guerra nas populações juvenis e a luta pela paz. O seminário no Brasil é o primeiro de uma série que a FMJD realizará nos cinco continentes.
O seminário será encerrado com a mesa redonda "Os movimentos sociais e a luta por um novo Brasil", com a participação de diversas entidades, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudantes (UNE), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Marcha Mundial de Mulheres (MMM), União dos Negros Pela Igualdade (Unegro), Federação Democrática Internacional das Mulheres (FDIM) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
De Brasília
Márcia Xavier