PSDB investiu R$ 1 milhão em convenção esvaziada
Segundo dois dos principais jornais do país, a convenção do PSDB realizada neste final de semana em Belo Horizonte para lançar a candidatura de Geraldo Alckmin à presidência e Aécio Neves ao governo mineiro, a
Publicado 12/06/2006 17:18
O PSDB investiu R$ 1 milhão na festa de lançamento das candidaturas de Geraldo Alckmin à Presidência e de Aécio Neves ao governo de Minas Gerais. Apesar disso, a convenção do partido, realizada ontem no Expominas, em Belo Horizonte (MG), não atraiu o público esperado e foi marcada pelo desânimo e desinteresse da "militância" presente ao evento.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a sigla esperava reunir mais de 10 mil pessoas. Entretanto, as instalações (que tem capacidade para 4,5 mil pessoas), não foram lotadas. Os militantes, que foram trazidos em ônibus alugados pelo PSDB, tinham direito a um lanche (composto por churrasquinho, feijão tropeiro, cachorro quente, sanduíche de pernil) e refrigerante.
As lideranças do partido, incluindo Alckmin e seu candidato a vice, José Jorge, chegaram ao local às 12h30, atrasados. José Jorge, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo e o prefeito da capital, Gilberto Kassab, não foram reconhecidos e quase não subiram ao palco.
Aécio, acompanhado da filha Gabriela, começou seu discurso ao som da música Amigo, de Roberto e Erasmo Carlos. Já Alckmin foi acompanhado pela mulher, Lu, os filhos, Sofia, Geraldo e Tomaz, a neta Isabela, duas irmãs e uma tia que o criou. Ao final, os dois candidatos foram carregados pelos militantes, ao som de Deixa a vida me levar, de Zeca Pagodinho, cantor que apoiou publicamente o presidente Lula nas últimas eleições presidenciais.
A maioria das pessoas que empunhavam bandeiras de Geraldo Alckmin na convenção admitiu ter ouvido o nome do candidato tucano à Presidência pela primeira vez. Levadas a Belo Horizonte de ônibus, disseram que a viagem foi motivada pelas promessas de lanche grátis e de emprego na campanha.
A distribuição dos lanches, que começou às 9h, por pouco não causou um grande problema: ela foi interrompida por volta das 11h, para que as pessoas voltassem ao pavilhão para acompanhar os discursos. A paralisação gerou reclamações, xingamentos, empurra-empurra e bate-boca entre os organizadores. Após 30 minutos, a distribuição dos lanches foi retomada.
Segundo a empresa Anjos da Guarda, que prestou segurança ao evento, a convenção reuniu 6.000 pessoas. O presidente do PSDB mineiro, Nárcio Rodrigues, falou em 15 mil. A página do PSDB na internet também divulgou a conta inflacionada. Mas o local do evento, com capacidade para 4.500 pessoas, em nenhum momento chegou a ficar cheio.
Foram confeccionadas 10 mil bandeiras com o rosto de Alckmin. A Folha ouviu pelo menos 20 pessoas que carregavam essas bandeiras nas filas das barracas que distribuíam feijão tropeiro, sanduíche de pernil, espetinho de porco, cachorro-quente e refrigerante. Nenhuma conhecia Alckmin. Esse "desconhecimento" também era visível nas faixas penduradas no local, que grafavam seu nome de várias formas.
"Eu não o conheço nem nunca vi na TV", disse Laura Gomes, 43, atraída ao local pela promessa de trabalho. "Foi a primeira vez agora", disse Nilvânia da Silva, 34. Os adolescentes Shirlene Basílio, 17, e Jéssico Emílio Simão, 21, afirmaram que, além dos sanduíches, receberiam R$ 10 cada um na volta para casa.
O presidente do PSDB mineiro negou o pagamento: "O PSDB ofereceu lanche e transporte, não existe nada sobre pagamento".
Da redação,
com informações das agências