Ato na Uerj defende negociação entre Universidade e governo do Rio

No dia 1º de junho, um ato político com mais de 500 pessoas defendeu uma solução para o impasse da paralisação na Uerj e a abertura de um canal entre os grevistas e a governadora do Rio. A deputada federal Jandira Fe

O ato foi organizado pela Asduerj, Sintuperj e DCE/Uerj e teve como título “Uerj e sociedade unidas pela educação pública, pela autonomia universitária, contra a intervenção e por negociação já”. Além de técnicos, docentes e estudantes, estiveram presentes os atuais reitor e vice-reitor, ex-reitores, representantes de outras universidades, da sociedade civil, sindicatos e parlamentares.

Segundo Jandira, “só não aposta na universidade quem aposta na mediocridade. A universidade é um instrumento público de cidadania e de transformação. O vestibular da Uerj é maior do Rio de Janeiro e está tudo sob risco. O insucesso da educação pública é de responsabilidade do governo. Conversei com o ministro interino da Educação, Nelson Maculan, para intermediar a negociação. A bancada do Rio vai fazer uma reunião com o Reitor, o governo do estado e a bancada de parlamentares do Rio para buscar uma solução”.
Até o momento, o governo do Rio não abriu nenhum canal de negociação e cumpriu a ameaça de cortar o pagamento dos funcionários. Embora a reitoria tenha enviado a listagem de pagamento de todo o pessoal da instituição, quem acessa a página da Secretaria de Administração na Internet descobre que o pagamento está suspenso.

Audiência na Alerj

No dia 1º, foi realizada uma audiência pública na Alerj para discutir a situação financeira da Uerj. Alguns parlamentares pretendem denunciar a governadora Rosinha e o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Wanderley de Souza ao Ministério Público, por crime de responsabilidade.
Para o Reitor Nival Nunes, "a Uerj está vivendo a pior crise financeira de sua história. Em 2003 a média mensal de repasse para custeio era de cerca de R$ 4 milhões, e hoje é de cerca de R$ 3 milhões. Nesse tempo, os custos de conservação, como energia elétrica, telefone, limpeza e manutenção predial cresceram, e ainda houve inflação".

Também no dia 1º, os elevadores da Uerj foram desligados por falta de manutenção. A empresa responsável rompeu o contrato por falta de pagamento. A greve na Universidade começou no dia 3 de abril e uma de suas conseqüência é a suspensão do calendário do vestibular 2006. A comunidade universitária é composta por cerca de 30 mil pessoas, entre professores, funcionários e estudantes.

 

Hupe

Mesmo com a crise na Uerj, foi ampliado, no dia 2, o Núcleo Perinatal do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade. Com isso, a capacidade do atendimento foi triplicada. O projeto é uma parceria entre o Ministério da Saúde, a Uerj e a Secretaria de Estado de Saúde.
O Núcleo Perinatal contará com banco de leite e terá 101 leitos para casos de alto risco de gestantes e recém-nascidos. Desses, 25 serão de UTI neonatal e UTI materna. Até agora, o hospital oferecia 20 vagas para gestantes e mulheres em trabalho de parto, além de oito de UTI neonatal. Esses 28 leitos serão desativados devido à criação da nova unidade.