Ataque aéreo americano mata 96 pessoas no Afeganistão
Um bombardeio das forças de ocupação americanas contra uma suposta "fortaleza" rebelde no sul do Afeganistão resultou na morte de 96 pessoas. De acordo com o comando militar dos Estados Unidos em Cabul, "80 rebel
Publicado 22/05/2006 13:35
O ataque aéreo americano contra a aldeia de Azizi, em Kandahar, distrito de Panjwai, ocorreu na noite de ontem. Segundo um comunicado militar dos invasores, "foram confirmadas 20 mortes de talibãs". Haveria ainda "mais 60 mortes não confirmadas de membros do Talibã". Khalid disse que, além dos 16 civis mortos, outros 16 cidadãos ficaram feridos no bombardeio da noite de domingo.
"A ofensiva aérea das forças da coalizão, além de causar grandes baixas entre as forças inimigas, infelizmente também provocou baixas entre civis", disse o porta-voz do governo de Kandahar, Daoud Ahmadi.
Mais de 200 mortes
Nos últimos dias, quase 250 pessoas morreram em diferentes ataques das forças de invasão e ocupação no sul do Afeganistão, entre soldados estrangeiros, agentes afegãos, civis e rebeldes. Um atentado suicida contra um comboio da coalizão em Cabul no domingo matou dois civis, além do atacante.
Em outro ataque cometido no domingo contra um comboio do Exército afegão na província de Zabul, os militares teriam morto quatro "rebeldes". O ministro de Assuntos Exteriores do Afeganistão, Rangin Dadfar Spanta, acusou o Governo paquistanês de coordenar ataques terroristas no Afeganistão e oferecer seu território como esconderijo para os talibãs, três dias depois que o presidente afegão, Hamid Karzai, criticou abertamente os serviços secretos paquistaneses (ISI) por ajudarem os talibãs.
"Temos consciência de que há intromissões em nosso país" e que "o terrorismo vem do outro lado da linha Durand", que separa os países, disse Spanta ontem. "Sabemos que os terroristas têm equipes de comunicação e que estão em contato com rebeldes do outro lado da fronteira", acrescentou. Estas acusações foram rebatidas pelo Governo paquistanês.
Em declarações à Efe, a porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do Paquistão, Tasneem Aslam, disse hoje que as acusações de Cabul não têm base, são irresponsáveis e podem afetar as relações bilaterais entre os países vizinhos. Aslam disse que Cabul não deve responsabilizar Islamabad por seus fracassos para manter a lei e a ordem, e afirmou que as acusações serão tratadas na próxima reunião entre os chefes militares paquistaneses, afegãos e americanos.
Com agências internacionais