Petroequador assume controle de campos petrolíferos dos EUA

A empresa estatal Petroequador assumiu hoje o controle de 100% dos campos da transnacional norte-americana Oxy, cujo contrato com o Estado foi suspenso pelo governo na última terça-feira. A companhia produz quase 20% do petróleo do Equad

Na noite de ontem, a empresa já transferiu todas suas operações ao controle equatoriano. Uma unidade de técnicos chega hoje aos poços de Limoncocha, na província de Sucumbíos para assumir as atividades nas instalações.

 

O ministro da Energia, Ivan Rodríguez, destacou que os recursos que gerava a produção da empresa norte-americana serão controlados pelo Ministério da Economia. Segundo ele, a Oxy gastava 90 milhões de dólares por mês, fora os gastos operacionais e de investimento. No momento, a empresa requer 30 milhões para manter a produção atual. “Estes são os recursos iniciais porque depois a mesma produção cobrirá os gastos”, enfatizou.

 

O presidente da Petroequador, Fernando González, disse que seus trabalhadores estão capacitados para assumir o controle dos campos e poços da Oxy, mas ressaltou que precisa do financiamento.

 

O ministro da Economia, Diego Borja, que já transferiu mais de 61 milhões de dólares a Petroequador ao longo deste ano para a geração de combustíveis para as elétricas e outros custos de operação, afirmou que o investimento está garantido para que a produção não se paralise.

 

Até o momento o país não tem uma estratégia definida em torno do futuro das instalações deixadas pela Oxy e não está claro se será convocada uma licitação internacional ou se os campos serão operados apenas pela Petroequador. Há rumores de que se faça uma aliança com as petrolíferas estatais do Chile, México, Argentina e Brasil. Mas o certo mesmo é que será mantido um fluxo de dinheiro para administrar os campos nos próximos 30 dias.

 

A petrolífera dos Estados Unidos apresentou um recurso de intervenção internacional contra o governo do Equador por declarar a suspensão do seu contrato, que foi motivada pelo fato de ela não ter solicitado autorização, em 2000, para passar suas ações para a empresa Encana. A petição foi apresentada ao Centro Internacional de Regulação de Diferenças Relativas a Investimentos em Washington, baseado no tratado de investimentos entre Estado Unidos e Equador.

 

Mas segundo o secretário de Comunicação da Presidência, Enrique Proaño, “esta demanda não tem nenhum fundamento porque o Equador aplicou a lei”. Advogados e especialistas advertiram que essa ação da Oxy não tem validez porque o artigo oito desse acordo de investimentos exclui a possibilidade de uma intervenção quando se viola a legislação nacional.

 

Da Redação
Com agências.