Haniyeh: pressão internacional impede pagamento de salários
O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, garantiu hoje que o Governo do Hamas conseguiu obter dinheiro suficiente para enfrentar a atual crise financeira nos territórios palestinos, embora tenha reconhecido que as pressões internacionais impe
Publicado 03/05/2006 14:34
Em uma coletiva de imprensa realizada hoje na Cidade de Gaza, Haniyeh revelou que o Governo palestino conseguiu obter entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões de dólares por mês em ajudas financeiras dos países doadores aos palestinos.
"Não temos problema em reunir o dinheiro, mas o principal obstáculo são as pressões exercidas pelos Estados Unidos sobre outros países e bancos, para que não concluam as transferências ao Governo palestino", disse o líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP).
Imediatamente depois que o Executivo liderado por Haniyeh assumiu o governo, há cinco semanas, os Estados Unidos e a União Européia decidiram cortar, de forma unilateral e arbitrária, as ajudas financeiras ao Governo da ANP, e iniciaram um bloqueio diplomático ao Gabinete formado pelo grupo islâmico.
A comunidade internacional exige que o Governo do Hamas reconheça Israel, renuncie à violência e respeite os acordos assinados no passado entre israelenses e palestinos.
O Executivo palestino é responsável pelo pagamento dos salários dos 160 mil funcionários públicos e membros dos organismos de segurança, e até o momento foi impedido de transferir o dinheiro às contas dos empregados.
Haniyeh acrescentou, na entrevista coletiva, que deve se pronunciar ao povo palestino e aos membros do Conselho Legislativo (Parlamento) para "falar com sinceridade" sobre os reais problemas causados pelos EUA e UE à Administração palestina.
Haniyieh repudiou na coletiva a tentativa da grande mídia de classificar seu Governo como islâmico, dizendo que "o movimento Hamas venceu as eleições por maioria, e posteriormente formou o Gabinete, mas esse Gabinete é o do povo palestino". Haniyeh comentou que, nos próximos dias, se reunirá com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, em Gaza.
"As relações entre o presidente Abbas e o Executivo, o plano unilateral israelense que rejeitamos e a crise financeira serão as principais questões agendadas na reunião", adiantou.
Com agências internacionais