PPS e PDT alardeam candidatura própria mas negociam com Alckmin
Publicado 02/05/2006 18:28
Entre as possibilidades em estudo está a possibilidade do PFL abrir espaço para o PPS ou PDT indicar o vice da chapa de Alckmin. Com isso, os partidos tentariam dar à chapa de Alckmin um caráter de centro-esquerda.
Esse cenário, entretanto, depende ainda da evolução da tentativa de aproximação do PSDB com o PMDB. Todos os partidos envolvidos na negociação concordam com a possibilidade de abrir mão da indicação do vice em favor do PMDB.
Dividido, o PMDB tem uma convenção na próxima semana para decidir se homologa ou desiste da candidatura própria. Até lá, o PMDB deve sofrer o assédio tanto dessa chapa de centro-esquerda como do PT.
Para integrantes do PFL, ganhar a eleição é mais importante do que indicar o vice de Alckmin. Os pefelistas entendem que sem a vitória terão poucas chances de eleger uma bancada expressiva no Congresso.
O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), confirma a necessidade de ampliar a aliança, embora negue que a vaga de vice esteja em negociação. "Tenho sempre pregado uma coligação mais ampla. Defendo isso abertamente e vou continuar defendendo."
Política econômica
A Folha Online diz ter apurado que o PPS e o PDT condicionam desistir da candidatura própria ao conteúdo do programa de governo de Alckmin.
Um dos pontos principais para os dois partidos é a política econômica. O fato de Alckmin ter escolhido para assessorá-lo nesta área o economista Yoshiaki Nakano e o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, considerados desenvolvimentistas, já agradou a lideranças do PPS.
"Nós não temos um projeto eleitoral, mas para o país. O Alckmin aceita mudar a política econômica? Assumir compromissos históricos do PDT? [Uma aliança] depende mais dele", afirmou o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi.
O pedetista garante que o objetivo do seu partido é se unir ao PPS para lançar um candidato de terceira via, mas admite que a falta da aliança pode dificultar a intenção do PDT.
Nas últimas semanas, os presidentes do PPS, Roberto Freire, e do PFL, Jorge Bornhausen, se reuniram para discutir a aliança. Os dois confirmam a conversa, mas afirmam que foram restritas a coligações entre as duas siglas nos Estados.
Os dois partidos estarão juntos em Mato Grosso, Rio de Janeiro e Paraná. Nos três, o PPS tem o candidato aos governos. Mas segundo a Folha Online, essas alianças já fazem parte da costura para que o partido apoie Alckmin.
Fonte: Folha Online