Milhares participam de atos do 1º de maio no Ceará
Publicado 02/05/2006 11:44 | Editado 04/03/2020 16:37
Para a dirigente da CUT/Ce, Marta Brandão, o ato de Fortaleza foi muito importante para a mobilização dos trabalhadores cearenses. Para ela não há dúvida de que as bandeiras da CUT para o 1º de maio, Emprego, Terra e Democracia, tem um forte caráter mobilizador para os trabalhadores e para o avanço do governo Lula, que precisa ser reeleito a fim de fazer avançar as conquistas dos trabalhadores.
Para a sindicalista Vanda Almeida, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Confecção Feminina e Moda Íntima (Sindconfe), ao longo de 17 anos de existência do sindicato, o grupo conquistou um piso salarial e outras causas com a criação de uma convenção coletiva de trabalho. Em relação aos trabalhadores em geral, disse que "é preciso um piso digno para todas as categorias, pois para a maioria ainda ganha pouco para garantir a sobrevivência da família".
A dona de casa Benedita Sales Rodrigues Lima foi à praça para ver a festa, levando quatro de seus seis filhos. Ela se disse satisfeita com a situação financeira em que vive e afirmou que o salário que o marido ganha num emprego informal num estacionamento no Centro é suficiente para o sustento da família, mas defendeu um "salário melhor" para todos os trabalhadores.
Com passos firmes como de uma procissão, que tanto caracterizam a região do Cariri (Sul do Estado), marcada pela grande religiosidade de seus habitantes, os trabalhadores não se importaram com a chuva ou com os poucos números de guarda-chuvas. Mesmo os de pés descalços muitos seguiram a viagem pelo asfalto. "É uma caminhada boa que nos faz refletir no mundo e nas nossas vidas.
"Queremos sempre o melhor para todo mundo", afirmou Angélica Leite, 19, que trabalha em uma empresa de confecção. Mesmo empregada, Angélica não quis perder a viagem e foi com familiares e amigos. "Sempre que possível continuarei participando", afirmou.
Após todo o trajeto, os caminhantes se reuniram mais uma vez na igreja de São Francisco, onde foi servido um grande café-da-manhã coletivo e onde as pessoas puderam confraternizar e troar as experiências da viagem.