Revelações sobre o apartheid sul-africano vêm à luz
Publicado 01/05/2006 17:27
O documento data do início dos anos 90. foi escrito por um oficial de alta patente e entregue ao último presidente do regime racista, De Klerk. “O relatório contém uma lista de militares e outros suspeitos, o que, agora que o caso veio a público, pressiona as autoridades no sentido de pedir satisfações”, diz o jornal.
O papel da “Terceira Força”
O jornal confirma denúncias da época, vinculando o exército e a polícia do regime com os grupos para-estatais comumente designados como “Terceira Força”, que orquestravam a violência contra o CNA e contra civis negros. A “Terceira Força” realizou uma série de massacres em trens, deixando centenas de mortos e feridos. Milhares de sul-africanos negros morreram entre a época do relatório e as primeiras eleições sem apartheid, em 1994.
O chamado “Relatório Steyn” afirma que oficiais do exército do apartheid deram ordens a membros do Congresso Pan-Africanista para que matassem dirigentes do CNA. Altos oficiais estiveram envolvido numa conspiração tendo em vista um golpe de direita. Os militares mantinham esconderijos dentro e fora do país. Armamento ilegal era escondido em território português, para uso em operações camufladas.
Depois do relatório do general Pierre Steyn a De Klerk, em 1992, muitos altos oficiais do Exército e outros órgãos foram afastados ou aposentados, diz o jornal. “Depois disso, contudo, pouco do conteúdo do relatório veio à luz, pelo menos até agora”, agrega.
Com o site da
TV Al Jazira