Human Rights Watch: EUA torturaram em várias prisões
“EUA desrespeitaram os direitos humanos em Guantânamo, Iraque e no Afeganistão. As ordens vieram de cima”, diz Joanne Mariner, diretora da ONG Human Rights Watch. A organização sustenta que todas as informa&
Publicado 27/04/2006 22:07
A violação dos direitos humanos foi generalizada e praticada por centenas de militares e civis americanos nas prisões de Guantânamo, no Iraque e no Afeganistão.
A organização Human Rights Watch volta a pôr o dedo na ferida e defende que a informação prova que as ordens vieram no mínimo do secretário da Defesa Donald Rumsfeld.
“Foi um choque de civilização o que se levantou com as primeiras imagens de Guantânamo, mas nada mudou” diz a diretora de terrorismo e contra-terrorismo da Human Rights Watch, Joanne Mariner.
Num mundo dependente de provas, à prova da retórica política, alguém teve que fazer o trabalho de casa e avançar com a afirmação que faltava: as torturas foram mesmo generalizadas.
Joanne afirma que "este relatório mostra que houve uma série de casos em Guantânamo, no Afeganistão e no Iraque, que não foram só um par de maçãs podres, mas na verdade um padrão sistemático de abusos."
Há 350 casos com acusações fundamentadas que envolvem 460 militares americanos e mais de 600 presos.
Confirmada a violação sistemática de direitos humanos, sobram as responsabilidades mas restam sobretudo oficiais americanos salvos pelo sistema.
"Vimos uma total ausência de responsabilização do comando, a vasta maioria dos acusados foram soldados de baixa patente", adianta Joanne.
Ignorou-se assim a mais básica lógica da hierarquia militar. Quem manda sabe, ou devia saber e se sabia, devia tê-lo evitado. Mas nenhum comandante foi responsabilizado pelo que aconteceu nestas prisões.
Para fechar o círculo, a Human Rights Watch aponta o dedo às penas aplicadas aos poucos que enfrentaram julgamento. Multas, reprimendas, penalizações administrativas mas nenhuma verdadeiramente criminal e à medida da gravidade dos casos que tanto expuseram a moral da América.
Com informações da TV Independente de Portugal