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UNB capacita professores em diversidade étnica

A Universidade de Brasília (UnB) assina um projeto que pode mudar a forma como questões ligadas à raça negra são ensinadas para crianças e jovens nas escolas públicas brasileiras. No dia 22 de maio, começam as aul

A capacitação dos professores em história dos negros no Brasil, além da cultura africanas e afro-brasileiras, atende à Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

 

A iniciativa formará 50 mil professores de educação infantil e dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas. O curso da UnB capacitará 50 mil educadores de educação infantil e dos ensinos fundamental e médio em 306 municípios e mais de 7 mil escolas em todo país.

 

A coordenação pedagógica do curso está a cargo da professora da UnB Glória Moura, autora do livro Uma história do povo Kalunga, que aborda a diversidade cultural da comunidade remanescente de quilombos localizada ao norte do estado de Goiás.

 

Para Glória, trabalhar com questões sobre relações raciais é um desafio pelo fato de muitos não se reconhecerem como preconceituosos. Outro ponto que deve ser explorado, segundo a coordenadora, é a falta de informações sobre a história passada e atual do negro no Brasil. “Conheço uma pessoa culta, com duas formações acadêmicas, e que não sabia, ao conversar comigo, o que são quilombos”, exemplifica Glória.

 

Multidisciplinar

 

O curso não é voltado apenas para professores de História ou Geografia. Educadores de todas as áreas do conhecimento podem se inscrever. Com base no Censo Escolar de 2005, o MEC elaborou a lista de escolas participantes. Era necessário que cada colégio tivesse acesso à internet, pelo menos 500 estudantes matriculados, além de estar em uma das 14 regiões metropolitanas selecionadas ou em uma das 26 capitais estaduais e o DF. Cada escola poderá escolher sua própria dinâmica e seus horários de trabalho.

 

Os professores receberão dois módulos impressos com 200 páginas de explicações e exercícios. Um deles é sobre História e Cultura, no qual serão abordados temas como geografia africana, o negro no Brasil, a influência africana na formação cultural brasileira e religiosidade afro-brasileira. O outro trará questões e reflexões acerca de aspectos pedagógicos, como, por exemplo, a questão racial na educação infantil e na construção da identidade.

 

A UnB está formando os coordenadores regionais do curso no primeiro seminário de introdução ao curso, que reuniu, na primeira semana de abril, cerca de 25 representantes escolhidos pelas Secretarias Estaduais e Municipais de Educação dos estados do Centro-Oeste. Neste mês ainda, São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Florianópolis, Recife e Belém recebem simpósios nos moldes do realizado em Brasília.

 

Serviço:

 

As inscrições vão até o dia 21 de abril e devem ser feitas no site www.cead.unb.br. As aulas começam no dia 22 de maio e vão até 19 de setembro.

 

De Brasília
Márcia Xavier
Com informações da UnB