Rompimento unilateral da oposição impede acordo sobre relatório da CPI
Governistas afirmam que as negociações para mudanças no texto apresentado pelo relator da CPI dos Correios, Osmar Serraglio, estavam caminhando mas que houve rompimento unilateral por parte da oposição. O relatório final
Publicado 05/04/2006 18:05
Depois de mais de quatro horas de negociação, governo e oposição não chegaram a um entendimento em torno do relatório do deputado Osmar Serraglio na CPI dos Correios. O anúncio foi feito pelos parlamentares de dois grupos políticos que participavam de uma reunião no gabinete do presidente da CPI, senador Delcídio Amaral.
O primeiro a falar foi o deputado ACM Neto (PFL-BA), que afirmou que a oposição fez todo o esforço para tentar um entendimento. Mas isso não foi possível porque, segundo ele, o governo queria alterar pontos incontestáveis do relatório. Segundo ele, por conta disso, a matéria vai à votação sem acordo. Ele afirmou que o relatório de Serraglio tem a maioria da CPI para sua aprovação.
Em seguida, falou o deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), que houve um rompimento unilateral por parte da oposição. Segundo ele, já havia ocorrido avanços nas negociações com Osmar Serraglio, e no ponto mais polêmico do relatório, que era a utilização da palavra "mensalão".
Segundo ele, foi construído um texto que teve a concordância de Serraglio, que reproduzia declaração da cientista política Lúcia Hipólito, dizendo: "Meses de investigação se passaram e, independentemente ou não da utilização da palavra mensalão para identificar os fatos ocorridos, a verdade é que a presente investigação parlamentar constatou a presença de repasses indevidos e ilegais a partidos e a parlamentares. Isso é prática condenável e deve ser extirpada da vida política brasileira", diz o texto que teria sido acordado entre petistas e Osmar Serraglio.
Para Cardozo, a movimentação da oposição foi política. Mas ele afirmou que a bancada do governo está disposta a voltar a negociar se a oposição tiver retomado o diálogo. Neste momento, Cardozo e o deputado Maurício Rands (PT-PE) estão a caminho do gabinete do presidente do Senado, Renan Calheiros, para comunicar o rompimento da oposição.
Fonte: Agência Estado